Como está o mercado de importação dos EUA?
Não é novidade para ninguém que o isolamento social causado pela pandemia tem mudado os hábitos de consumo da população. As restrições às atividades do comércio presencial e de outras medidas relacionadas ao novo coronavírus provocaram um aumento no volume de transações de e-commerce mundialmente.
Segundo a 41ª edição do Webshoppers, amplo relatório semestral sobre e-commerce da EbitNielsen, o comércio eletrônico teve um aumento de 48% nos primeiros meses de 2020. Já uma análise da ACI Worldwide de centenas de milhões de transações on-line no mundo aponta que o setor varejista experimentou um crescimento de 209% em abril deste ano, com destaque no segmento de videogames e jogos eletrônicos que teve um aumento de 126% no mesmo período.
Nos Estados Unidos esse impacto não foi diferente: após as medidas de isolamento adotadas pelos estados, as lojas físicas fecharam e as vendas on-line aumentaram. Além disso, após o governo enviar os pagamentos de estímulo a dezenas de milhões de lares americanos , percebeu-se um um aumento do volume de gastos on-line..
Neste blogpost a Glin apresenta um panorama sobre o comportamento do mercado nos EUA e como isso pode influenciar a importação no Brasil. Confira a seguir!
Novo comportamento de consumo
De acordo com várias pesquisas realizadas no país, mais de um terço dos americanos realizou pedidos de encomenda on-line pela primeira vez durante os primeiros meses de isolamento social, e as pessoas continuam gastando mais em pedidos a cada semana subsequente à crise. Segundo a pesquisa de mercado da Rakuten Intelligence, os gastos com comércio eletrônico nos EUA aumentaram mais de 30% desde o início de março até meados de abril, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Muitas companhias conhecidas mundialmente têm se estruturado cada vez mais para garantir que irão capturar esse aumento de consumo nos canais digitais. As vendas do Walmart nos EUA, por exemplo, aumentaram 20% em março, com o estoque de itens essenciais – impulsionado ainda mais por um aumento de 190% nos downloads mensais de seu aplicativo de compras on-line. Já na Amazon, as vendas subiram 26% no primeiro trimestre deste ano, chegando a 75,5 bilhões de dólares.
O aumento das vendas on-line, a procura por produtos de diferentes nichos e a atenção às necessidades dos clientes fazeram os grandes marketplaces se reinventarem. Amazon, Walmart e Target, por exemplo, estão indo além: fora bens de consumo, aparelhos eletrônicos e produtos para entretenimento, as marcas têm apostado e investido fortemente nas vendas e entrega delivery de produtos de supermercado.
Segundo uma reportagem da CNBC, houve um aumento impressionante de 777% nas compras de livros, seguido por um crescimento de 182% na categoria de brinquedos e jogos e de 131% nos itens de esportes, ginástica e atividades ao ar livre. Produtos de construção para melhorias em casa (71%) e saúde e beleza (38%) seguem logo atrás.
Esse panorama também ajuda o importador no Brasil a entender quais produtos estão sendo valorizados e quais podem ser mais fáceis de vender. Apesar da alta do dólar, alguns produtos ainda valem a pena ser importados se comparado aos preços das lojas brasileiras, principalmente pela quantidade de descontos e promoções oferecidas pelas lojas dos Estados Unidos. Com desconto é possível importar produtos mais favoráveis para esse momento. Mas é importante lembrar: na hora de fazer essa comparação, não esqueça de calcular os valores do produto, dos redirecionadores e possíveis taxas alfandegárias.
Como está o serviço postal dos EUA?
O Serviço Postal dos Estados Unidos tem sofrido com à queda do volume de correspondência durante a pandemia do COVID-19, mas continua funcionando com dificuldades, ou seja: com agências fechadas, equipe reduzida e maior prazo de entrega.
Ainda assim, muitas lojas estão operando e fazendo envios de encomenda. É claro, com o impacto dos serviços de correio, os pedidos estão com prazos maiores de entrega e até mesmo sofrendo alguns atrasos.
A situação reflete para os importadores no Brasil e redirecionadores, ficando evidente que esse é um momento para agir com cautela, planejamento e paciência para aguardar a chegada das encomendas que podem sofrer alguns atrasos.
E as encomendas internacionais?
A União Postal Universal (UPU), agência especializada da Organização das Nações Unidas é quem coordena políticas e serviços postais entre as nações. O sistema postal internacional considera os serviços postais, o transporte, a entrega de cargas gerais, a fiscalização tributária e aduaneira serviços essenciais.
O problema é que os envios feitos por vias aéreas não estão acontecendo como antes por conta da diminuição de viagens, afinal, as encomendas eram carregadas nos porões das aeronaves. Com as medidas de isolamento, a UPU recebeu um aviso de quase 100 países membros que sinaliza a interrupção de serviços relacionados às entregas.
Porém, há uma melhora: com a apoio dos governos internacionais em parceria com a UPU, estão transformando os aviões de passageiros em aeronaves de cargas. Ou seja, dá para importar, mas você vai demorar para receber e ter dificuldades para estipular o tempo de entrega para os seus clientes.
Você pode também optar por outras formas de envio como por navio, que costuma chegar entre 40 a 60 dias.
Mas, afinal, vale a pena importar produtos dos EUA?
É fato: o dólar está alto, mas a boa notícia é que à medida que o dólar sobe, os preços no Brasil também aumentam. Então, é preciso enxergar as oportunidades para importar com as melhores lojas dos EUA e revender produtos que continuam mais baratos em relação aos preços das lojas brasileiras.
Uma dica importante para esse momento é fazer uma análise de todo esse panorama, planejar os seus próximos passos e entender o que vale a pena importar ou não, considerando todos os custos.
Aliás, quer importar produtos dos Estados Unidos e não sabe por onde começar?
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